domingo, 4 de maio de 2014

Encarcerada liberdade

Onde estás?
Roubaram-me as portas da liberdade,
Fecharam as janelas do meu paraíso,
Encarceraram-me em minha própria sanidade,
Trancaram os meus sonhos, agora omissos.

Quando vens?
Cortaram minhas asas, levaram-nas embora,
Enterraram-me os pés ao chão,
Algemaram-me os pensamentos, não vejo o que há por fora,
Incineraram qualquer sensação.

Não te demores, meu bem,
Pois já torturam meus sentimentos,
Desgastaram meus olhos fracos,
Cessaram os alegres ventos,
Prenderam-me no sensato.

Espero-te para iluminar,
Pois jogaram sombras ao meu redor,
Para onde eu olho, apenas limites,
E grito e fecho meus olhos e debato-me só,
Será que o tal horizonte de fato existe?

Não suporto mais ansiar,
O frio a envolver meu corpo que dói
Somente aumenta a solidão atônita,
A amargura de precisar corrói,
A emoção se esvaece recôndita.

Leva-me contigo,
Mostra-me o que é voar, ensina-me o que é amor,
Antes que me façam desacreditar, ensina-me a sonhar,
Ensina-me que o mundo tem forma, poesia e cor,
Quebra as paredes que limitam meu olhar,
Meu olhar que recai em torpor,
Meu sonhar que se vai pelo ar.