sábado, 17 de setembro de 2016

Poema para alguém feito de estrelas


Observo, atônito, o infinito celeste
Erguido, ante a mim, como que um grande quadro
Que de pouco a pouco, muda-se por inteiro,
Observo pensamentos sorrateiros
Espreitando para fora de meu particular
Elevando-se à lua, prostrados, enfim, após debaterem-se,
Colidem em minha mente, explodem em tua imagem,
Ah! Se a lua que em meu olhar derrama sua luz
É a mesma que te acolhe e acalenta
Traz a mim tuas carícias
Torna a mim o teu sonhar!
A lua cheia, que enche meus olhos,
Enche o meu peito de saudade tua,
Reflete em mim o alvor puro de meu sonhar
Que ainda hoje tenta envolver-te nos braços meus.
E as estrelas! Como me encantam!
Será que daí tu as contas também?
Será que deitas e contemplas, a me recordar?
Se meus olhos estrelas fossem,
Brilhariam mais forte ao ver-te,
Guiariam teus passos por todo o caminho,
Fitaria tua graça todo o tempo.
Mas as estrelas não sou!
E meu peito, constelado de te amar,
Cadente em desejar,
Brilha, e sua luz me atravessa,
Pois não posso mais esconder;
Sinto falta daquele céu Azul em meus braços!
Aquele céu, que em noite tempestuosa,
Fechou-se diante de mim,
Deixando apenas os raios de tua partida
Alagando meus olhos com a melancolia!
E o sol! Ah, este - como o invejo!
Pois o sol que toca meu rosto
É o mesmo que acaricia tua pele,
É o mesmo que te aquece
Como eu o fazia naquelas noites frias.
Como queria ser o sol
E acordar-te logo cedo
Viver para te admirar
E recolher-me quando fostes dormir!
E eu, que jurei não sofrer por um amor derramado,
Que jurei jamais pedir regresso,
Imploro ao céu, à lua, às estrelas e ao sol
Que tragam a mim o céu Azul,
Que te protejam e te guiem em segurança,
Que te aqueçam e te inspirem,
Para que quando sentares, a observares o céu,
Lembrares que da poeira da estrela da qual vieste
Venho eu também
E, sendo nós da mesma poeira,
Tens em ti eternamente uma parte de mim.