sábado, 15 de fevereiro de 2014

Forest solitude

O sangue vivo ainda escorre,
Escarlate pulsante me devora,
O fervor da indiferença trêmula,
O perigo que ainda corre
No lar onde o medo mora,
Em névoas noturnas quis te encontrar
Mas nada via além do teu olhar,
Teu olhar que não buscava reconhecer-me,
Teu olhar que a mim não pertencia,
Olhos navegavam sem roteiro,
Olhos que a outros entristeciam.

É fria a noite sem luar,
Mais fria se não posso te escutar.

Ver-te a mil anos de mim,
Onirismo sangrento
De quem não quebra as grades de sua prisão,
Em noite eterna, no breu sem clarão,
Tua luz foi a única a brilhar,
Teu mistério por infindos momentos
Fazia-me levitar pelo ar,
Teu calor imaginário que rompia o real,
Tua voz melodiosa, tonalidade surreal,
Anseios de agonia,
O sol nunca se via.

É escuro o caminho sem luz,
Mais escuro se teu olhar não reluz.

Tempo e espaço, todos para ti,
Um mundo só teu, em minhas mãos,
Uma existência vívida reluzia,
O vento que saudava o chegar do dia,
Teu perfume inebriava,
Deixava-me sem visão,
Tua luz a brilhar na escuridão
Mostrava-me a salvação,
Mas meus pés, fincados ao chão,
Faziam-me observar-te ao longe,
Enquanto, sem volta, partias.

É reles o lume que me distrai,
Mais reles se tua luz ainda me atrai.

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