Vede!
A ninfa dos olhos negros me observa friamente
Suas sombras me consomem,
Seu riso perturba minha mente,
Seu canto medonho me faz contorcer,
Deixa-me! Livra-me de teu escurecer,
Óh, nuvem de distorção,
Livra-me desta perturbação!
Na mão direita uma adaga,
Na esquerda o ouro,
Mas a ameaça me amedronta,
Inconsequente e ingrata
Retira-te de meus olhos,
Faz de invisível este que te confronta
E quem sabe na paz
Ou aos pés de um cais
Possa eu te compreender.
Para! Ordeno-lhe que pares!
Teu escarnecer me encandeia,
Teu riso obtuso me escraviza,
Me joga aos céus e então aos mares
Mas em minha torpe mente não permeia,
Pois a ti minh'alma não é submissa,
Demônio de deboches dilaceradores,
Devolve minha vida e meus amores,
Tira de mim essas dores! -
É vil minha súplica -
A insanidade já me é oportuna.
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