Um raio, um clarão repentino,
A certeza que se erguia ao piscar de meus olhos,
O destino que veio até mim sorrindo,
A mão que me salva dos meus feitos inglórios,
Por entre a noite, o primeiro raio matutino,
Em meio à confusão, o abrigo sóbrio.
Olhos escuros como a noite mansa,
Olhar manso que ao meu se lança,
Mares profundos nos quais mergulha meu sonhar,
Véu suave que revela o luar,
Honesto mistério que me absorve, me abraça,
O breu que ao verdejar se enlaça.
Tua calmaria,
A atenuar minhas sombras,
Tua melodia,
A saltar de tuas palavras,
A luz do dia
Que de teu peito ilumina,
Que me revela o caminho
Que se junta à minha sina,
Agora sigo, não mais sozinho.
A alma que solta voa, dança,
Gira e se abraça à tua,
O perfume que ao ar se lança,
O coração que não mais recua,
O medo, agora uma lembrança,
O voar, poder alcançar a lua
Que em teus olhos brilha em confiança.
O vento que me leva distante
Varre as folhas secas do chão,
O riso fácil, radiante,
O ecoar constante do coração,
E em meus olhos fechados
Posso ver a luz ao meu lado.
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