sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Submersa ilusão

A sombra
De uma nuvem que passou
Assombra
Desolada, efêmera,
Penumbra
Que segrega, se alimenta,
Devora meu lar, meu conforto,
Me prende e me arrasta,
Me questiona, sedenta,
Me engole e me acoberta
De breu, solidão
Cuja companhia acalenta e violenta,
Agride, mas acaricia,
Bela e ingênua, fere e pisa,
Engaiolado no peculiar,
No quase êxito, na possibilidade que não foi,
Sucumbe o meu existir
Nos mornos escombros do que já foi,
A luz indecisa, submissa,
Esvaece aos poucos, clama por abrigo,
Em sua última dança
Leva seus joelhos ao chão
E no leve desespero, estranha paixão
Vê a si mesma refletir na escuridão
De um brilho no olhar, de um brilho
Um brilho só, que acolhe,
Um brilho que estende a mão,
Um brilho que é só dele, e nada mais,
Um brilho incomum, que brilha,
Se humilha e se perde no sonhar
E a saída, almejada e calejada
Já não é mais seu salvar.
Silêncio, silêncio e nada mais,
Talvez esteja em mim mesmo a tão sonhada paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário