quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A chuva, o irreal

O céu escuro sobre mim
O céu escuro dentro de mim
O vento que balança o vazio em mim
...E na janela, a chuva lá fora.

Me perco em caminhos enevoados,
Me encontro, vagando pelos meus pensamentos,
Vazio, como uma flor sob o asfalto solitário,
Único e inseparável, longe de qualquer sofrimento,
O nada, o inexistente que me excita
...E na janela, a chuva lá fora.

A face incontida estende sua mão até mim
E some por entre a noite sem fim
Prossigo, sempre, meus passos são de conforto,
Meus olhos enxergam o que inexiste
E vaga nas esquinas de um devaneio qualquer
O onirismo me busca, me quer,
E alado vou na direção de um sol enegrecido,
E alado vou, dou-me por vencido.
...E na janela, a chuva lá fora.

Nada mais se faz perceber pelos sentidos
Tudo se dissolve em um breu, o destino,
A direção, o sentido, resulta do sorriso,
O vento que me carrega, a nuvem de concreto,
O impacto, o choque, os movimentos que cessam,
A consciência plena, o ardor de sonhar,
A confusão, o irreal, o surreal que abriga,
A luz do farol que cega e distancia, o incerto,
O mar que debate e se debruça sob o cais,
O tudo para trás, o nada mais
...E na janela, a chuva lá fora.

A queda, o declínio de sonhar,
A lamúria de perceber-se real,
A quietude, o reservado pensar
...E na janela, a chuva cessa.

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