segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma visita à psique

Aproxime-se, cavalheiro, 
Ou dama, seja o que for. 
Adentre os portões de minha cidade 
Entenda que não possuo maldade, 
Se lhe pareço sorrateiro 
É porque não conheces ainda minha dor. 

Venha, senhorita ou nobre cavalheiro, 
Não tropece nas minhas incertezas, 
Tome cuidado com os poços rasos, 
Eles podem parecer vagos 
Mas o mínimo devaneio 
E estarás em suas profundezas. 

Acompanhe-me, mademoiselle ou monsieur, 
Atravesse este portal 
E estarás dentro de meu singelo lar, 
O único que existe neste lugar, 
Onde posso soturnamente viver 
Na tal confusão astral. 

Conte-me, respeitável ser, 
Que sentes ao me ver? 
Quem sabe pena, ou medo, talvez? 
Ou vontade de ver-me outra vez? 
Ora, pois sinto-lhe dizer, 
Já é chegada a hora de desaparecer. 

Pois bem, honorário ou honrosa, 
Vos digo, 
Para não correres perigo 
Leva contigo esta rosa, 
Única por entre essa escuridão, 
Leva-a junto a teu coração 
Para que tenhas algo meu contigo, 
Dou-te um beijo de adeus então, 
Que nos encontremos outro dia, fora do chão.

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