Aproxime-se, cavalheiro,
Ou dama, seja o que for.
Adentre os portões de minha cidade
Entenda que não possuo maldade,
Se lhe pareço sorrateiro
É porque não conheces ainda minha dor.
Venha, senhorita ou nobre cavalheiro,
Não tropece nas minhas incertezas,
Tome cuidado com os poços rasos,
Eles podem parecer vagos
Mas o mínimo devaneio
E estarás em suas profundezas.
Acompanhe-me, mademoiselle ou monsieur,
Atravesse este portal
E estarás dentro de meu singelo lar,
O único que existe neste lugar,
Onde posso soturnamente viver
Na tal confusão astral.
Conte-me, respeitável ser,
Que sentes ao me ver?
Quem sabe pena, ou medo, talvez?
Ou vontade de ver-me outra vez?
Ora, pois sinto-lhe dizer,
Já é chegada a hora de desaparecer.
Pois bem, honorário ou honrosa,
Vos digo,
Para não correres perigo
Leva contigo esta rosa,
Única por entre essa escuridão,
Leva-a junto a teu coração
Para que tenhas algo meu contigo,
Dou-te um beijo de adeus então,
Que nos encontremos outro dia, fora do chão.
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